As escolas tem sido o campo de batalha de questões políticas, sociais e comportamentais. Lembro do meu grande mestre Adhemar me falar sobre eu ser aspie em 2006 após ele ter visto uma matéria do fantástico sobre a síndrome de asperger que é uma espécie de autismo leve. Eu sou autista com farta documentação médica por eu passar por tratamentos desde criança. Hoje, me sinto bem feliz com isso por falar disso.
Hoje, conversei com um comerciante quando a minha mãe me levou para comprar um par de tênis junto com chinelos para poder sair. O senhor me perguntava a minha idade por eu ter o hábito de ler jornal e ouvir a BBC radio four. Porém, leio a folha e vejo o relato de colunista que ficava com medo por sofrer preconceito por ser gay e negro na adolescência. No Twitter, um perfil de um podcast sobre filmes de terror se denominava os integrantes como gays.
Os adolescentes e jovens adultos de hoje se sentem desconfortáveis com o mundo. Para um aspie como eu. Tal desconforto foi sentido nas vezes que não tinha com quem conversar. Mas isso se dissipou foi justamente com as pessoas mais velhas como os meus amigos de 60 anos junto com os meus professores. O sentimento de um mundo hostil deu lugar para uma ostpolitik perante a realidade em minha volta.
Convivia com as figuras políticas em minhas leituras como o ex-presidentes franceses como Valery Giscard D’Estaing e François Mitterrand por que ouvia os comentários do saudoso correspondente da saudosa rádio Jovem Pan em Paris Reali Jr. Meus amigos não se incomodavam com isso e isto me fez respeitado por ter um hábito de ler e ajudava os outros trocando ideias sobre o mundo e a humanidade como faço até hoje.
Hoje, o mundo está muito segmentado em tribos ou correntes de pensamento. Em 2006, Adhemar conversava comigo sobre os meus interesses em diversas áreas enquanto eu ia ver o meu amigo Alexandre, que era um professor da fatec que ficava na minha escola pública. Eu digo que estamos em um momento de hostilidade que não se dissipa sem uma abertura e uma distensão política por um eu estranho.